segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tatuagem


Tatuava ele com seus olhos de menino na pele dela feito tatuagem toda a poesia da sua vontade de deseja-la sem limites, condições, razões ou atos covardes, completamente nua e despida de medos, além das vaidades. A queria como deusa profana que era, cigana, alma de imensa realeza por toda a eternidade sagrada pela sua delicadeza real de princesa. Plebeu no seu desejo, que se manifestava de querer bem e que ia além da sua alma na sua carne, nas suas chagas, na sua boca embriagada que ela, bailarina enluarada, ao se apresentar encantada no palco da pele dele provocava como ninguém. Ela é parte da amada que o seduz e que conhece, que mora feliz na caixa de musica dos seus segredos, a dançar delicada pelos seus seios de mulher que sabe apenas o que é a intensidade do seu prazer verdadeiro. Buscava ele nu e corajoso sempre um pouco de coragem para chegar nos limites da sua arte só para desenha-la tambem em seu corpo como tatuagem em reciprocidade a toda entrega que ele sabe que ela tem. Desejava ela seus versos urgentes,sussurrantes, alucinantes, indecentes, cheiro ardente que dela flui impunemente sempre que a toma feito presa que suicida implora para se devorar. Como não admirar com o olhar humano enternecido o quanto ele quer estar perdido tatuado feito mapa no corpo da amada que explora sem ousar lutar. Lá quer morrer e em sua lapide pede que escrevam que não foi covarde, que se perdeu por propria vontade e que decidiu de amor, por lá ficar.

8 comentários:

  1. Deliciosamente sensível, como sempre....é um carinho na alma pra quem lê...obrigada por compartilhar, eu amei!! Beijo!

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  2. Pra variar, um texto limpo e muito delicado! Parabéns, principalmente por se deixar tatuar nas nossas almas.

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  3. esse fluxo contínuo do pensamento, do desejo, da emoção é tão vivo que não pode outra coisa, senão tocar profundamente. Adooooooro!

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  4. Agora posso comentar, o que era rascunho elevou-se ao status da publicação universal, reitero que gostei do formato. Parabéns!
    Estas são daquelas palavras tuas que se situam no nível do desejo mais puro e descontaminado, o que alcança as mais elevadas sensações do prazer etéreo. O amor que se aproxima do campo do divino, despido de quaisquer vestes da maldade e da leviandade. Você faz brotar o desejo desse amor incontido, liberto, desgarrado, embora irreal, no coração dos que a lêem, enquanto amor ideal.
    Essas palavras e frases soltas, que vêm com o vento e que o teu coração captura do mundo das idéias e materializa-os para o deleite dos teus seguidores, são néctar emanados da sensível e rara beleza da flor da tua poesia.

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  5. Que coisa linda!!

    Li, reli e treli!!!

    Muito bonito mesmo, parabéns!!

    Estou seguindo... beijos!

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  6. Que lindo a poesia atrelada à sua escrita, moça... Eu venho lendo e acompanhando seus posts, mas nunca deixei comentário. Hoje não resisti! Muito poucas pessoas fazem arte com essa tua sensibilidade e delicadeza... Poeticidade.

    Gosto muito deste cantinho e estou sempre passeando por suas palavras (e sensações, e emoções...) aqui. Escreve sempre, moça!

    Beijos!

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  7. Um ballet de realeza que desperta a beleza de versos tao bem dancados! Tatuado esta esse poema, como uma das coisas mais lindas que ja li! Beijos!

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  8. Como não admirar as imagens que essas palavras nos tatuam? Como não admirar a entrega total, na pele e no âmago da alma que livremente se doa?

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