terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A antropofagia do tempo

Revelo em versos e frases minha sensação pessoal de me sentir devorada pelo passar inevitável das horas que desesperadas me perdem consumida, dilacerada, gasta pela própria necessidade diariamente consumada de me alimentar enquanto me traz mastigada pela existência docemente maldita que escorre finita, veloz e antropofágica, impossível de ser represada, na direção inalterada naufragada do nada. Não existem retornos possíveis em vida na estrada. A cada passo o medo do fim torna a boca sem fé entregue e amarga. Indefinições religiosas nos sobrevivem de esperanças fantasmas. Dizem que a história sempre é finalizada no completar da jornada, mas a suposta verdade ainda não nos foi mostrada. Seguimos para o vazio como quem segue para uma batalha. Não sabemos qual o tamanho tem a guerra da existência em que lutamos sem trégua, sem pausa. O que nos preenche? O que nos falta? Qual o sentido sem sentido destas linhas mal traçadas?

3 comentários:

  1. Eu ainda busco sentido para as minhas palavras que loucamente se revelam num papel amassado jogado ao vento. Versos sem sentido que buscam e não encontram soluções para as frases inacabadas...

    Sem sentido... sem sentir... sem ti.

    As suas palavras têm sentido em mim!!

    Beijos

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  2. O sentido sinta quem lê... digo parodiando Pessoa. E ao te ler, Mônica, percebo o quanto somos sensações do momento que queremos existir, por isso versamos, por isso conVersamos e escrevemos.

    Um beijo grande, sempre bom te ler ler e estar contigo em linhas bem traçadas.

    Carmen.

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  3. Monica, fascinante a tua poesia, sempre vejo as tuas linhas estampadas e iluminadas no Vidráguas da querida Carmen. Um encanto!

    Parabéns!

    Beijos!

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