sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Encontro - Poesia e Poeta

Acordei em sonho a minha procura e lá estava ela nua. Reconheci sem dúvida aquilo que mais me apaixona e tortura. O reflexo distorcido em palavras da minha ensandecida figura. Chorei atormentada de prazer vestida poeticamente de loucura, ceguei minha razão amaldiçoada de imaginação pela ausência de culpa, descontrolei com uma emoção mais que absurda as minhas mãos corajosamente inseguras que por medo escondia da exposição literariamente pública e com paz silenciosa humanamente me fiz sangrenta luta. Não mais dominava os traços que me desenhavam alucinada entre as linhas turvas que desencontradas nela em papel se faziam verbo escultura. Ousada e impura observava ela sem métrica cada movimento que em minha vida internamente pulsa como uma fera que concentrada devorar sua presa busca. Em silencio me traduzia sedenta na mesma língua carne crua enquanto em guerra interna eu redigia como se cada letra gritasse o que a alma na pele oculta. Na noite da sua face em fases me descobria lua. Transformada ao criar renascia lapidada e bruta. Meu corpo calmaria absoluta. Em ciclos minha vida arte muda. Vencendo a batalha enfim eu me vencia. Poeta com um olhar que não refletia desconhecia a importância do encontro real com o que antes covarde fugindo eu não sentia. A presença amarga, doce, sedutora e inevitável da Poesia. Sem a qual não viveria. Adormeci.

7 comentários:

  1. Sem palavras para elogiar seu poema! lindo!!!!

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  2. Na cadencia do poema,o sentir latente do teu sangue poético...Lindo o poema e teu espaço..Parabéns...Bjs..

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  3. As suas palavras adorcem em meu eu fazendo o barulho das frases poéticas que o vento recita pra mim...

    Beijos, minha linda

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  4. "Em ciclos minha vida arte muda..." E por teus ciclos poemamos e ao entrar aqui despertamos.

    Monica tua poesia é intensa, ela nos captura a seguir escrevendo sempre.

    Um beijo grande, boa semana e seguimos.

    Carmen.

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  5. Monica!
    "Em ciclos minha arte muda" o paradoxo que é tranformar-se - o ser que exubera - e, também, calar-se - o ser que se esconde. O último urra mais alto em seu contraste. O primeiro deixa de ser movimento para ser estado.

    Muito bom, Mônica! Parabéns!
    Beijo carinhoso,
    bolt

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  6. Errata: leia-se transformar-se e não tranformar-se como foi grafado.

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  7. Fascinante penetrar no vosso poemar...
    Lindo o BLOG...
    Lindo o vosso trabalho.
    Beijos de LUZ!! *♥*,, ♥♫♪•♥¸¸.•*¨*•♫♪♥☆•*♥*,,

    Karla Mello

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