sábado, 31 de outubro de 2015

Deserto

Nuvens esparsas
De seres humanos
Com suas sombras a mostra
São tristes corpos perdidos
Nessa imensidão de nada
Sem alma
Sem palavra
Sem gesto
No meio da rua
Ruidosamente silenciosa
Trafegam solidões
Nuas de destino
Enquanto grafitam seus olhares a esmo
Sobre corações derramados
Em pleno concreto
Armado
De medos e incertezas
No envelhecido retrato
De uma grande cidade
Cegos se reconhecem
Áridos de amor
Em meio ao deserto
De suas infinitas paixões
São navegantes
De uma desesperança
Quase cotidiana

Moniquinha/Monicacompoesia

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