Com as vestes das suas chagas nua estava. Trazia na pele tatuada múltiplos retratos em carne viva da alma que a cobriam inutilmente tentando cicatrizá-las, feridas ardentes incrustadas de dor e palavra. Da vida ela mesma não se sabia nada. E na morte inconsciente anunciava que em um fim não acreditava. Fingia que vivia nas nuvens enquanto em pesadelos se sonhava. Sua boca vadia bailava, mordia e traía livremente as palavras. Sua língua de menina salivando machucando machucava. Seu silencio sereno a guardava enquanto indecente atormentava. Doendo pelo corpo ela sorria, versava e chorava. Se temia e se amava alucinógena alucinada. Bebia o veneno transbordante da vida que de suas veias jorrava. Poesia que pulsante não se acabava. Suicida era só no texto do silencio uma orgia enlouquecida que criava. Sua força racionalmente aparente instintivamente ela apagava. Seus olhos cortavam feito faca. Desejo de navalha. Amor que ataca o sentimento feroz que não salvando a perfeição se atava. Uma batalha no seio travava. Sangrava. Provava. Terminal vomitava. Entrelaçada era ela muito pouco em talvez um imenso nada. Resistente ela em fuga se entregava. Urgente lentamente ré nascida se denunciava. Uma personagem que urrava quando magia não criava. Se parindo sozinha estava. Brincante de frustrações e lágrimas entre letras, sons e luzes embaralhadas. Errante desconcertante morria em fuga desacertada do palco onde revelava quem cega negava. Quem será a mulher aprisionada em tantas linhas não traçadas? Figurada de sentido desfigurada. Quem é ela?
Quem é ela?
ResponderExcluirQuanta profundidade nessas linhas!
Inumeras vezes o amor acaba rimando com dor.
Mas o Sal da vida, acaba cicatrizando essas feridas.
Beijos pra vc!
@RosamariaRoma
Ela é um ser humano.
ResponderExcluirMuito bom!
Suas palavras me emocionam,sério...são linhas de uma levesa incomensurável...parabéns..seguidor acíduo do Blog viu...
ResponderExcluirEmocionante, envolvente e profundo! Parabéns por este divino dom e obrigada por compartilhá-lo conosco.
ResponderExcluirQuem será a mulher aprisionada em tantas linhas não traçadas?
ResponderExcluirA nossa vida é feita por traços, mas as vezes nos aprisionamos nos obstáculos que surgem na nossa linha do tempo.
O importante é nos desembaraçarmos rapidinho e enfrentar a caminhada.
Texto profundo.
Parabéns pelas palavras tão profundas. Muito bacana mesmo.
ResponderExcluirVisite meu blog depois o endereço é:
http://escritosobreascoisas.blogspot.com/
Monica, quem é ela é um pergunta que não se encerra... fica latejando em nosso olhar, ela é a vida, é o desejo, é compretição , é a divisão do humano e Ela é o que muitas vezes vivemos: a dor da incompreensão.
ResponderExcluirE me chamoua atenção dos verbos em teu escrito, um pretérito imperfeito, empregado para que nos despertemos no presente e transformemos a vida na linguagem, possibilidade perfeitamente humana e possível!
Um beijo e parabéns pelo texto.
Carmen.
Perfeito!!!!
ResponderExcluirQuem é ela? Eu fico aqui a me perguntar!!!
beijos minha linda